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Oscar D’Ambrosio

Série Cana-de-Açúcar
A obra é uma sobreposição fotográfica de um canavial com base em imagem da própria
artista originalmente pintada com tinta acrílica. Integra uma série que constitui um
processo de duas décadas de passagem da figuração à abstração. A jornada inclui o
diálogo entre técnicas, gerando um resultado que pode ser chamado de hibridismo porque
lida com distintos saberes para gerar um novo elemento, que reúne o fazer originário em
que a tinta está sobre um suporte a uma interpretação do olhar de um canavial mediada
por uma máquina. O resultado traz a ideia de uma desconstrução e de uma perda do foco
tradicional rumo a um novo mundo, em que distintas versões do chamado real se
encontram para criar uma indagadora dimensão em que os verdes e amarelos da natureza
dialogam e ampliam as possibilidades de observação do mundo.
Oscar D’Ambrosio- 2023

Sugar Cane Series

The work is a photographic overlapping of a cane crop based on the artist’s own images originally painted with acrylic paintings. Integrating a series that consists of a process of two decades passing from figuration to abstraction. The journey includes the dialogue between techniques, generating a result that can be called hybridism because it deals with distinct knowledge to generate a new element, which gathers the original making where the painting is on a support of the eyes’ interpretation of a cane crop managed by a machine. The result brings an idea of a deconstruction and a loss of the traditional focus towards a new world, where distinguished versions of so called real gather to create a inquiring dimension where the greens and the yellows of nature dialogue and amplify the possibilities of the world observation.

The images of the photographic series were fluid and light, I realized that printed on a thin and transparent fabric they would be attractive. I started printing the images onto sober colors in the initial photo series and nowadays the colored and saturated photos also interested me.

The first printings were on neckerchiefs size 1×1m, but I felt the necessity to have another option of  size and altered a little the images to become 1.45×0.70m. My neckerchiefs circulating, even in a very limited quantity, was a way to advert my artistic work.
Oscar D’Ambrosio- 2023

Oscar D’Ambrosio

Série Fios/Desfios
Muitas vezes, ao se observar um trabalho artístico, pensa-se nele como uma criação
caracterizada por algum tipo de narrativa. Num primeiro momento, há os que, ao
conhecerem o trabalho, manifestem algum tipo de resistência, já que existe, nesse
raciocínio visual, uma jornada com começo, meio e fim.
No entanto, como mostra a obra de Luisa Libardi, uma história pode se fazer presente em
um trabalho visual de maneira provocativa. Esta obra integra uma série que parte de fotos
realizadas de criações do bisavô materno da artista. Ela então realizou, com o Photoshop,
sobreposições das próprias fotos de galhos e folhas.
O resultado é a execução de um fazer que tem um processo fundamentado na memória de
um passado, que se atualiza no presente pela utilização de uma técnica contemporânea.
Existe assim uma jornada pelo tempo em que aquilo que foi, o que é e o que pode vir a ser
se mesclam.

Essa derrubada de rígidas fronteiras entre cronologias e procedimentos conduz a percorrer
o fazer pelo crivo do criar e do conceber um conceito que ganha uma materialização por
meio dos processos escolhidos. Busca-se assim um contínuo aperfeiçoamento do próprio
percurso com a cristalização de densas narrativas.
Oscar D’Ambrosio- 2023

Thread/Shred Series

Many times, by observing a piece of artistic work, one thinks about it as a creation characterized by some kind of narrative. At first moment, there are who, by knowing the work, shows some degree of resistance, as exists in the visual reasoning, a journey with beginning, middle and end.

However, as the work of Luisa Libardi shows, a story can be present in a visual work in a provocative manner. This work integrates a series which starts with photos made of creation by the mother’s artist’s great grandfather. Then, she realized with photo-shop, overlapping of her own photos of branches and leaves.

The result is the execution of a making that has a process based on the memory of a past, which it updates in the present through using a contemporary technique. So that there is a

journey through the time in what it was, what it is and what can be mixed.

This dropping of rigid frontier between chronologies and proceedings conducts to traverse the making by the sieve of creating and conceiving of a concept that receives a materialization by the means of the chosen processes. So as it is perceived a continuous improvement of the own journey with the crystallization of dense narratives.
Oscar D’Ambrosio- 2023

Oscar D’Ambrosio

Série Outonal
Uma característica da arte contemporânea está nas múltiplas possibilidades de diálogo
entre diversas técnicas. As conversas visuais possíveis entre a aquarela, a fotografia e as
sobreposições sobre papel instauram um universo lírico. A poesia está em retirar de cada
linguagem ou técnica o máximo que ela possa dar. Dessa maneira, o resultado é uma oferta
ao observador de uma interpretação do mundo em que não há limites. As leituras se
multiplicam porque cada imagem traz um pensar sobre a vida. Nessa óptica, criar é
instaurar um novo mundo, uma nova natureza, que pode, de acordo com os passos de
cada artista, estar perto ou longe daquele ambiente que consideramos real.
Oscar D’Ambrosio- 2022

Autumn Series
One characteristic of contemporaneous art is in the multiple possibilities of dialogue between several techniques. Possible visual conversations between water paintings, photography and the overlapping on paper set up a lyric universe. The poetry is to extract from every language or technique the most it can give. So that, the result is an offer to the observer of an interpretation of a world with no limit. The comprehensions multiply because each image brings one thought about life. On this sight, creating is to set up a new world, a new nature that can, according to the steps of each artist, be near or far from that ambience which we consider real.
Oscar D’Ambrosio- 2022

Oscar D’Ambrosio

Série Horizonte Expandido
Resultado da sobreposição de foto de viagem com trabalho com tinta acrílica e giz pastel
oleoso com a temática de paisagem, a imagem que acompanha este post não se esgota em
uma discussão técnica sobre aquilo que se atingiu. Há nela, parece, um algo mais, que é
justamente uma pesquisa sobre o que significa criar uma imagem. A proposta se afasta da
imitação do real ou de uma representação simbólica para mergulhar em camadas mais sutis que vão na raiz da arte, discutindo, por exemplo, o que está na frente e atrás do que se vê. Não se trata somente de observar um jogo de planos, mas de conceber aquilo que o
observador contempla como um portal a alertar que o criar, em seu sentido mais pleno,
não se basta em transformar uma intenção em uma obra, mas consiste em gerar algo que
nos transporta para um local privilegiado da mente em que as indagações sobre o que seja
o existir não param.
Oscar D’Ambrosio- 2022

Expanded Horizon Series
Resulted of overlapping of travel pictures with work with acrylic painting and wax crayon with the theme of landscaping, the image that accompanies this post does not end in a technical debate about what it has achieved. There seems to be something else that is just a research about what is to create an image. The purpose go away from the imitation of the real or a symbolic representation to dive into subtler layers which reaches the root of art, discussing,  for example, what is in front and behind of what one sees. It is not just observing a game of plans, but to conceive what the observer wonders as a portal to alert that creating, on its full meaning. It is not enough to transform an intention into a piece of work, though it consists in generates something that transfer us to a privileged place of mind where the inquiring about what is to exist do not end.
Oscar D’Ambrosio- 2022

Oscar D’Ambrosio

Série Som das Ondas
Uma obra de arte tem seu principal valor, na maioria das vezes, nas
perguntas e nos mistérios que gera. No caso da fotografia que acompanha
este post, trata-se de uma sobreposição de imagens de uma série. Muitos
podem se perguntar qual foi o objeto original que gerou o trabalho. Talvez
a melhor indagação possa ser outra, que foque muito mais os efeitos de
movimento, as formas sugeridas, as texturas e os volumes que parecem
surgir desse elemento bidimensional que aponta para características de
tridimensionalidade. Ao transformar o mundo e gerar inquietações, a
imagem ganha encantamento.
Oscar D’Ambrosio- 2021

Sound of Waves Series
A piece of work of art has its main value, most of the time, in the questions and mysteries it generates. In the case of photography that accompanies this post, it is the overlapping of images of a series. Many of you might ask yourself what was the original objective which generated the piece of work. Perhaps, the best question might be another, which focus much more on the effects of movement, the shapes suggested, the textures and volumes that seems to appear out of this bidimensional element that points to characteristics of trio-conditionality. By transforming the world and generating uneasiness, the image gains charming.
Oscar D’Ambrosio- 2021

Oscar D’Ambrosio

Série Fios/Desfios
Nesta foto da sua Série “fios-desfios”, iniciada em 2015 e ainda em
andamento, Luisa Libardi lida com o estimulante processo artístico do
fazer e desfazer. A ideia do fio remete aos seus três momentos (o fiar, o
esticar e o cortar, ou seja, nascer, viver e morrer), o que dá uma dimensão
filosófica à imagem no sentido de um buscar novos paradigmas internos
para aquilo que se faz tanto na esfera artística como na existencial. O
resultado é muito mais que uma fotografia. Trata-se de uma cartografia a
nos conduzir pelas veredas da vida.
Oscar D’Ambrosio 2021

Thread/Shred Series
In this picture “Thread shred”, it started in 2015 and still ongoing, Luisa Libardi deals with the exciting artistic process of making and unmaking. The idea of thread addresses to her three moments (the weaving, the stretching and the cutting, that is, be born, live and die), what gives a philosophical dimension to the image, meaning that searching new inner paradigms for what is done either in the artistic sphere or the existential. The result is much more than a picture. It reveals to be a cartography to conduct for the life paths.
Oscar D’Ambrosio 2021

Cássio Padovani

A poética de sua produção apresenta um cromatismo delicado, que é investigado em motivos por vezes seriados (como as canas) e em abstrações variadas. Recorde-se o caso de Alfredo Volpi (1896- 1988), exímio colorista e que insistiu em motivos de uma geometria recorrente (fachadas de casas, “bandeirinhas”, etc.) em paralelo à sua exaustiva busca de harmonia cromática. Enquanto Volpi se utilizou frequentemente da têmpera, que lhe trazia a opacidade e o brilho da cor, Luisa se identificou com as transparências da aquarela e da acrílica e as delicadas sobreposições no pastel seco. Também em sua poética estão as linhas (gesto e ansiedade) e a feminilidade.

O sentido histórico de sua obra é o de traduzir a delicadeza, a doçura e agilidade do olhar feminino sobre a vida. O fato de a artista haver deixado a segurança profissional da Engenharia Civil pela incerteza das Artes Visuais no Brasil testemunha coragem de se dedicar ao fazer artístico e ao ensino do mesmo, em tempos de crescente insegurança financeira, insensibilidade e violência.
Crítica de Cassio Padovani (Historiador e Crítico de Arte) em 2018.

The poetics of her production presents a delicate chromaticism that is sometimes investigated in series motives (like the canes) and various abstractions. Reminding you of the case of Alfredo Volpi (1896-1988) excel colourist and who insisted on the motives of recurring geometry (house facades and little flags, etc) in parallel to his exhaustive pursue for chromatic harmony. While Volpi used frequently of temper that brought him the opacity and colour brightness, Luisa identified with the transparency of watercolour and acrylic and the delicacy superposition of dry pastel. Also in her poetics are the lines (gesture and anxiety) and the femininity.

The historic meaning of her work is of translating the delicacy, sweetness and the agility of the female looking on life. The fact of the artist to have left aside the professional security of civil engineering for the insecurity of visual arts in Brazil shows the courage to dedicate to the artistic making and teaching on times of increasing financial insecurity, insensitivity and violence.

Critics by Cassio Padovani in 2018 – historiator and arts critic.

Fábio 
San Juan

Nesta exposição, Luisa mergulha em águas mais profundas. Ela soma à sua
experiência, sensibilidade temperamento o “processo”, hoje uma prática, mais ainda, um modo de pensar inseparável do agir da arte contemporânea. O “processo” encara a mudança como um fato da vida, que a arte procura imitar. Luisa incorpora a si essa meditação-prática de forma definitiva.

Ela reinterpreta um elemento formal que lhe é íntimo: a linha. Une a linha à sua função de “fio condutor”. Personagem principal da amostra, a linha nos guia por paraísos que se inventam à medida em que os contemplamos.
Outra palavra é “orgânico”, e aqui também literal, juntando a natureza das imagens, sua forma visual e sua descrição. São formas assimétricas, aparentemente caóticas, que revelam o viver não somente na descrição fotográfica de fios de samambaia, galhos, sementes, folhas, mas na palpitação da vida, seja botânica, visual ou espiritual.

O movimento da vida intracelular, da vida que se decompõe no chão para criar mais vida, do agitar da folhas com o vento, do ponto da semente, das linhas do galho e do tronco, do plano raiado da folha que se espraia e se divide, da troca entre partes, estimula a retina movimentando algo que não vemos, dentro de nós.
Crítica de Fábio San Juan (curador e professor de história da arte) para a exposição Fios-Desfios no Museu Prudente de Moraes em Piracicaba – SP em 2016.

In this exhibition, Luisa dives in deep waters. She sums up to her experience, sensibility tempers the “process”, nowadays a practice, moreover, a way of inseparable thinking of acting of contemporary arts. The “process” faces the changing as a fact of life, which the arts try to imitate. Luisa incorporates to herself this meditation- practice in a defined form.

She reinterprets a formal element that is intimate to her, the line. She unites the line to its function of “conducting thread”.

Main personality of the exhibition, the line guides us to paradises that are invented while we contemplate them. Another word is “organic”, and here also literal, putting together the nature of images, their visual form and description. They are asymmetric shapes, apparently chaotic, which reveal the living not only in the photographic description of yarn thread, branches and seeds, leaves, but also in the throbbing of life, being botanic, visual or spiritual.

The movement of intracellular life, the decomposing life on the ground to create more life, the fluttering of leaves in the wind, the stage of seed, the lines of branch and stem, the stripped plane of leaves that spread and split, the change between parts, stimulate the retina moving something that we don’t see inside us.
Critics by Fabio San Juan (Curator and professor of arts history), for the exhibition “Thread and Shred” in the Museum Prudente de Moraes in Piracicaba – SP in 2016.

Emmanuel Von Lauentein Massarani

O elemento principal na obra de Luisa Libardi é a recusa ao anedótico e ao detalhe particular em benefício de uma atmosfera que palpita. O objetivo que persiste em suas telas é tratado numa dimensão “latu sensu”, num espaço dinâmico, onde o sentimento da pintora e as sensações do observador se encontram e se fundem na crítica e na penetração da obra.

A artista conseguiu elaborar uma interessante fusão entre o fazer post-impressionista e certos conhecidos movimentos e estruturações abstracionistas, no desejo de alcançar a visão de uma realidade densa de emoções e livre de todas as possibilidades de evolução da fantasia. Seja a construção, seja a cor com a qual a artista dá vida às imagens que alcançam seu espírito, levam o carimbo da originalidade e o que mais conta, testemunham uma maturidade lírica do sentimento.

As cores explodem não só cromaticamente mas como ato de confiança na vida, como esperança e profecia do futuro. Podemos dizer que quanto mais se desgasta a forma mais evidentes se tornam o
tom e o contraste, na tentativa de fixar um instante daquela emoção que a natureza estimula mas não retêm.
Crítica de Emmanuel Von Lauenstein Massarani (Crítico de Arte, Superintendente do
Patrimônio Cultural da Assembleia Legislativa de São Paulo) - 2004.

The main element of Luisa Libardi’s work is the refusal of anecdotal and a single detail for the benefit of a throbbing atmosphere. The persisting reason on her screens is treated in a “latu sensu” dimension, in a dynamic space, where the painter’s feeling and the observer’s sensation melt together in the critics and penetration of the work.

The artist achieved to elaborate an interesting fusion between the post impressionist making and some known movements and abstractionism structuring, wishing to achieve a dense reality of emotions and free all the possibilities of fantasy evolution. Either the construction or the colour which the artist gives life to the images that reach her spirit, take the originality stamp, and what count most, witness the lyric maturity of the feeling.

The colours burst not only chromatically, but as a confident act on life, as a hope and prophecy of the future. We can say that the more we worn out the shape the more evident become the tone and contrast in an attempt to fix a moment in that emotion, which nature stimulates but doesn’t retain.

Critics by Emmanuel Von Lauenstein Massarani (arts critic – Superintendent of Cultural Asset of Sao Paulo Assembly) – 2004.

Cássio Padovani

O motivo recorrente das canas na produção de Luisa Libardi remete à compreensão da
importância que esses segmentos podem ter para a sua pessoa e despertam relações como bocados de vida, estações ou ainda imagens similares a colunas vertebrais; de um gomo contemplado em tempos de ruptura, de firmes opções por mudanças, as imagens se sucedem fertilizadas por uma identificação inconsciente. No processo criativo, nas reelaborações e incorporações dos acasos, no percurso fundamentalmente cromático da
germinação à queimada, onde a linha de sombra costura intervalos em direções inclinadas, uma tranquilidade pessoal se afirma e espiritualiza e aqui está a meus olhos a metamorfose do gomo à energizada trama das fibras, da visão natural à que parece microscópica, da figuração à abstração, do volume à ausência deste mas sempre
permanecendo o espaço pelos avanços e recuos das cores até as proximidades do padrão.
Crítica de Cássio Padovani (historiador e crítico de Arte) para exposição individual “Variações e Predominâncias – Formas e Cores” na Parque Avenida Galeria de Arte em São Paulo em 2004

The recurrent reasons for the cane productions by Luisa Libardi address the comprehension of the importance that those segments can have for her person and awaken relations like mouthful of life, seasons or still similar images to back bones; out of a contemplated cane stem in times of rupture, of steady options for changes. the images succeed one another fertilized by an unconscious identification. In the creative process, in the re-elaboration and incorporations of the chances, in the fundamentally chromatic journey from germination to burning, where the shadow line sews intervals on inclined directions, a personal tranquillity sets and spiritualizes and here by my eyes are the metamorphosis of stems into the energized weft of fibres, from a natural vision to a like macroscopic one, from figuration to abstraction, from volume to its absence, but always keeping the space for the advance and retreat of the colours until the proximity to the standard.

Critics by Cassio Padovani (historiator and arts critic) for the individual exhibition “Variations
and Predominances- Shapes and Colours” in the Park avenue galleria de arts in Sao Paulo in 2004.

Eraldo
Di Vita

Entre a arte da Libardi e a sua personalidade, há uma verdadeira simbiose, uma busca de algo sempre novo. O lado sentimental do seu trabalho reporta-se ao figurativo, naqueles nus desalinhados, vermelhos e azuis, quase informais, sintéticos, enquanto o lado profissional dirige-se à descomposição das “canas-de-açúcar”, um trabalho iniciado com a aquarela, encantado e fabuloso, passando em seguida à pintura que seria aprovada
por Vieira da Silva e pelo nosso Corpora, naquela atmosfera mágica e pouco facilmente definível dos “nós-de-cana”. O rigor formal desta artista e a constante procura de um equilíbrio, revelada pela dosagem sábia da cor e por um tipo de cumplicidade entre a obra e quem a admira, enfatizam o compromisso ao qual toda transcrição figurativa deve submeter-se para o prazer alegre e cativante do público.

A Libardi parece mais uma artista europeia do que sul americana, formada culturalmente no âmbito da reflexão existencial italiana, em seguida na onda da rarefação abstrata.

O slogan: cor-luz-movimento-expressão adapta-se às suas últimas, interessantes procuras.
Crítica de Eraldo Di Vita (Crítico de Arte nascido em Montecarlo-Lucca-Itália). Crítica de 2003.

Between Luisa Libardi’s art and her personality there is a true symbiosis, a search for
something new. The sentimental side of her work reports to the figurative, on those unaligned nudes, reds and blues, almost informal, synthetics, while the professional side turns to the deconstruction of the “sugar canes”, a job started with watercolour, enchanted and fabulous, passing on to the painting which it would be approved by Vieira da Silva and for our Corpora, in that magical atmosphere and little easily defined by the “canestems”.
The formal rigour of this artist and the constant pursue for a balance reveals by the wise
dosage of colours and a kind of complicity between the work and who admires it, highlighting the commitment in which all the 
figurative transcription must be submitted for all joyful pleasure and captivating from the public.
Libardi looks a bit more like a European artist rather than a South American one, culturally
formed by the scope of the Italian existential reflection, following by the wave of abstract rarefaction.

The saying: Colour-light- movement-expression adapt to her latest, interesting searches.

Review in 2003 by Eraldo di Vita (Art critics born in Monticarlo, Luca, Italy).

Arayr
Ferrari

Luisa Libardi tem primado por uma trajetória fecunda e coerente. Motivada pela paisagem local, veio amadurecendo, no caminho do figurativo. Sua predileção levou-a a deter-se no universo dos canaviais. Foi enfocando exaustivamente o todo e destacando o detalhe, imprimindo sempre sua visão personalizada.

Tanto perseverou que, agora, num processo decorrente e natural, desvencilhou-se da rigidez da figura. Livre do rigorismo limitativo, mas fiel ainda ao seu devaneio temático, leva-nos a um passeio interativo pela sua trama criativa, enredando-nos na sutileza poética do azul dos céus límpidos, no clima feérico do vermelho das queimadas ao crepúsculo, no amarelo contundente dos sóis a pino, no quase-fetiche do verde corpóreo das canas e no emaranhado negro das palhas carbonizadas.

Isso tudo, com o mérito maior de quem atinge o limiar da magia: a linha divisória entre o inusitado e o palpável.

Em resumo, numa linguagem nova, Luisa aprendeu a retratar o seu quintal. E definitivamente, já pode pintar o mundo.

Crítica de Arayr Ferrari (escultor) para a exposição individual “Pinturas e Desenhos” na Galeria do Engenho Central em Piracicaba- SP em 1998.

Luisa has been pursuing a fruitful and coherent path. Motivated by the local landscape, she’s been maturing on a figurative way. Her predilection made her focus on the sugar cane crop universe. It was exhaustively focusing on the whole and standing out the details, always printing her personal vision.

She’s persevered so much, that now in a natural and due course, released from the figure rigidity. Free from limiting rigorism, yet faithful to her thematic wandering, she takes us to an interactive stroll around her creative plot, entangles us in the poetic subtlety of clear blue skies, in the fairy red atmosphere of the twilight burnings, in the striking yellow of zenith suns, in the nearly fetish of the corporeal green of canes and in the black tangled of burnt straw.
All of this with the highest merit of who has reached the edge of magic: the dividing line between the unusual and the palpable.
In summary, in a new language, Luisa has learnt to portray her backyard. And she can definitely paint the world.

Critics by Arary Ferrari (sculptor) for the single exhibition “Paintings and drawings” in the gallery of Central Mill in Piracicaba – SP, 1998.

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